28 maio 2010

Futebol de 7: Tática 1-3-2

Hoje vou "inventar" um novo esquema tácito. Pode ser um posicionamento de risco mas no "papel parece dar certo". Em primeiro lugar devo salientar que o que aqui digo são "coisas que me passam pela cabeça", são meras opiniões que carecem da "douta aprovação das mentes iluminadas" mas, todos vemos nos dias dos jogos, os miúdos dispostos no campo em esquemas tácitos mais ou menos diversos e, ainda que partindo de um tronco comum,  todos eles assentam por vezes em pressupostos errados: ou a tipologia técnico/física dos praticantes não é a indicada para o  esquema escolhido; ou se colocaram os miúdos em posições que estes não dominavam porque ainda na véspera do jogo estavam a treinar noutra posição diferente; ou porque o treinador preparou os jogos  e os "leu" no campo de uma forma um pouco displicente não considerando as capacidades/fragilidades da equipa  adversária... (já vi uma equipa fraquinha jogar com 2 defesas contra outra muito mais forte, para na semana seguinte a ver jogar com 3 defesas contra uma adversária mais fraca).
É natural que miúdos de 8/9 anos não têm a capacidade  nata de saber interpretar toda a dinâmica do jogo, de saberem se movimentar no campo. Então, lá deve estar o treinador para corrigir pontualmente o que não está a correr bem, mas para isso os jogadores terão de reconhecer a verdadeira voz de comando (mas o reconhecimento da voz de comando do treinador é outro assunto...).
Voltando à minha proposta de esquema táctico: O DC poderá ser um jogador que, não tendo muitos dotes técnicos precisa de "varrer a sua zona" , socorrer nas dobras, jogar em antecipação e marcar um avançado. Se for tecnicamente evoluído tanto melhor pois pode sair a jogar.
Os MD e ME deverão ser rápidos e resistentes para poderem fazer o papel de defesas laterais e também apoiar o ataque.
 O MC deverá ser resistente fisicamente para poder apoiar o ataque e apoiar os laterais quando estes defendem, deverá conseguir colocar bem as bolas pelo ar e pelo chão nos avançados e chutar bem fora da área. Se possível saber jogar de cabeça. 
Os AD e AE tanto poderão vir ao centro ou cair nas alas. Este esquema pode facilmente desdobrar-se num 4-2 ; 4-1-1 ou 3-2-1 quando a equipa defende. Tem a vantagem de ocupar bem o campo deixando espaços para as movimentações de 2 para 1; é fácil de interiorizar pelos miúdos; pressiona a equipa adversária mais à frente, mas precisa de um banco equilibrado. 
Esta é a minha "receita" só tenho pena de não a poder "provar" .

27 maio 2010

Futebol de Formação: "Escolas de Futebol" ... Porquê?

Os miúdos de hoje deixaram de "frequentar as ruas" para brincar. Primeiro passam mais tempo nos infantários, nas escolas, nos  ATL's. Segundo tem os computadores, as "boxes" e as televisões. Terceiro deixou de ser seguro frequentá-las.
No meu tempo... e noutro bem mais recente, "a malta", nos intervalos da escola ou quando faltava algum professor, aproveitava para dar uns "toques na bola" e ao final da tarde, entre o lanche e o jantar, reunia-se  na rua com menor declive das redondezas, onde com quatro pedras se faziam as balizas... Se alguém chegasse mais tarde tinha sempre lugar entrando para a equipa que estivesse a perder e, da mesma forma que tinham chegado iam partindo para casa por serem horas do jantar ou respondendo ao chamamento das mães.
Nesses tempos era na rua que se tinham os primeiros contactos com o futebol no 2x2, no 3x3, no ... 6x7.
Hoje as "ruas" foram substituídas pelas "Escolas de Futebol"... mas era nas ruas que se aprendia a dominar a bola, a passá-la e a fintar.
No entanto, na minha opinião e sobre o que me é dado observar, o 1x1, o 2x2, são pouco praticados pelas escolas de futebol. 
Com o incentivo do golo em balizas pequenas e espaços reduzidos potencia-se o domínio da bola e o passe. Só depois de bem interiorizada a relação próxima com a bola se deveria passar para esquemas mais complexos.
A Escola de Futebol veio dar um ar mais formal ao que dantes era natural nos miúdos: o "jogar à bola". A Escola de Futebol com as camisolas vistosas,  o calçado apropriado à relva sintética e os esquemas de treino elaborado veio substituir a roupa suada e suja, os sapatos esfolados e o alcatrão ou terra das ruas deste país mas, ao mesmo tempo veio retirar aos miúdos a camaradagem, a descontracção,  a alegria e a ilegalidade do "jogar na rua".